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Polícia

Patos é a segunda cidade mais violenta no 1º trimestre de 2016 na PB

02/05/2016 às 14:05

Aumentou o número de cidades paraibanas que não registraram homicídio no primeiro trimestre do ano. Conforme levantamento divulgado pela Secretaria da Segurança e da Defesa Social (Seds), nos três primeiros meses de 2016, 132 cidades paraibanas não registraram homicídios. No mesmo período de 2015, 127 municípios integravam a lista das cidades sem assassinatos.

O número total de homicídios no primeiro trimestre também caiu. Uma queda de 6,7% foi registrada no número de assassinatos ocorridos em território paraibano de janeiro a março de 2016 em comparação com o mesmo período de 2015, conforme dados divulgados pelo Núcleo de Análise Criminal e Estatística (Nace) da Seds.

Ainda de acordo com o Nace, as análises apontam que os municípios que não registram CVLI, ou possuem poucos casos em todo o ano, são aqueles com baixo desenvolvimento econômico e uma população residente pequena. Além disto o núcleo destacou que 30% dos 223 municípios têm menos de 5 mil habitantes e, nestas localidades, o perfil de homicídios é diferente do das grandes cidades, estando mais relacionado a crimes passionais ou por meras discussões ocasionais, o que confere alto grau de imprevisibilidade destas ações.

Conforme a assessoria de imprensa da Sedes, com base nos dados estatísticos, é possível desenvolver ações para as áreas de maior concentração criminal, que naturalmente são as áreas de maior aglomeração populacional, como a região metropolitana da capital, Campina Grande e Patos.

Municípios mais populosos

Os homicídios registrados nas cinco cidades mais populosas da Paraíba também caíram no primeiro trimestre deste ano, em comparação com 2015. No três primeiros meses do ano passado, somando os homicídios das cidades de João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita, Patos e Bayeux, o Nace registrou 212 assassinatos, 21 a mais que os 191 notificados nas cinco cidades em 2016.

Com relação ao total de homicídios registrados no estado no ano, a Região Metropolitana de João Pessoa, composta pelas cidades de Alhandra, Bayeux, Caaporã, Cabedelo, Conde, Cruz do Espírito Santo, João Pessoa, Lucena, Pedras de Fogo, Pitimbú, Rio Tinto e Santa Rita, registrou quase 50% dos casos. Na região, foram contabilizados um total de 176 homicídios no primeiro trimestre de 2016, cerca de 46,5% do total no período.

A Seds informou que possui ações específicas para a área da Região Metropolitana de João Pessoa, que historicamente registrou mais crimes, pela aglomeração da população e pela circulação de capital que acaba por atrair uma variedade de crimes. "Por esta razão, embasados por estudos estatísticos, a Seds tem obtido grandes resultados de redução nestas áreas em valores absolutos, por exemplo: em 2011 foram registrados 867 CVLI na Grande João Pessoa (com os municípios satélites de Santa Rita, Cabedelo e Bayeux), e em 2015 esse número foi de 649, o que representa uma queda de 25% de 2011 a 2015".

Município mais violento

Analisando especificamente as cidades paraibanas com mais de 100 mil habitantes, Santa Rita, na Grande João Pessoa, surge como o município mais violento no primeiro semestre. Com base nos dados da Seds, aplicando a metodologia de cálculo da Organização das Nações Unidas (ONU), é possível constatar que Santa Rita apresenta uma taxa 19,2 casos de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) por grupo de 100 mil habitantes. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), locais com índices iguais ou superiores a 10 são considerados zonas endêmicas de violência.

Abaixo de Santa Rita na lista das maiores taxas, pela mesma metodologia, aparecem as cidades de Patos, no Sertão paraibano, com uma taxa de 13,3 homicídios a cada 100 mil habitantes e João Pessoa, com um taxa de 12,3 homicídios a cada 100 mil habitantes. Campina Grande, que completa a lista de cidades paraibanas com mais de 100 mil habitantes, apresentou um taxa de 8,8 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes.

Sobre a taxa de homicídios nos municípios com mais de 100 mil habitantes, o Nace explicou que é importante frisar que a metodologia de cálculo da Taxa de CVLI/Homicídios de determinado município deva ser calculada com o montante total de crimes no período de ano a ano, sob pena da sazonalidade criminal representar uma discrepância com a realidade criminal do ano.

Conforme o Nace, o município de Santa Rita possui peculiaridades como extensão territorial com diversas zonas rurais povoadas e distritos, que dificultam o policiamento preventivo, e ainda há a grande aglomeração populacional na zona urbana, já que Santa Rita é o 3º município mais populoso da Paraíba. A cidade foi a última dos municípios da Grande João Pessoa a conseguir cumprir metas do Programa Paraíba Unida pela Paz, que visa a redução da violência no estado.

Em 2014, a cidade reduziu 26% o total de homicídios em relação a 2013. Em 2015, a cidade conseguiu se manter com uma taxa de homicídios bem inferior a de anos anteriores. Enquanto em 2015 a taxa foi de 83,7 casos de CVLI por 100 mil habitantes, em 2012 era de 118 por 100 mil. Com esta taxa, Santa Rita não é a cidade mais violenta do estado, conforme o Nace.

 

 

Do G1

 

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