Brasil vence República Tcheca após susto e sufoco
O passe e a defesa foram os fundamentos mais treinados pelo Brasil na preparação para o Mundial feminino de vôlei. E o time mostrou neste sábado que precisa evoluir no assunto. Errando bastante, a seleção levou sufoco e sofreu para vencer a República Tcheca por 3 sets a 2, com parciais de 22-25, 25-22, 23-25, 25-20 e 15-9, pela segunda rodada da competição.
A seleção só conseguiu vencer porque é tecnicamente muito melhor que as adversárias (que têm o segundo pior ranking entre todos os times que disputam o Mundial). Assim, alguns bons momentos de Sheilla, Jaqueline, Natália e Fabiana foram suficientes para garantir o triunfo. "Foi um jogo atípico. Tudo para elas dava certo, enquanto para a gente era mais difícil", dissen Jaqueline.
O Brasil começou o jogo com o time que é considerado titular. Natália e Sheilla voltaram à equipe, assim como Adenízia, que foi inscrita para o banco de reservas. As três foram poupadas na estreia contra o Quênia por causa de pequenas lesões.
No começo da partida, o Brasil sofreu para superar a defesa tcheca. As bolas de Sheilla e Jaqueline não caíam. A melhor opção, pelo meio, foi pouco usada. Assim, as tchecas logo abriram vantagem no placar.
Jaqueline só foi marcar o seu primeiro ponto na partida depois do tempo técnico. O Brasil melhorou e até passou à frente, marcando 18-16 em um lance de sorte de Jaqueline. Mas erros de passe e ataque brecaram a reação. A República Tcheca fechou o set com um ataque no meio.
Na segunda parcial, o Brasil melhorou sensivelmente. O jogo de Sheilla apareceu e o time evoluiu na parte defensiva. A seleção abriu nove pontos de vantagem (16-7) e caminhava para uma vitória tranquila quando sofreu um apagão.
O time voltou a errar na defesa, sofrendo com o saque do rival, e deu esperança para a República Tcheca. Plchotova e Havlickova recuperaram as europeias, que encostaram no marcador (20-19). Mas o Brasil não se abateu e com boas jogadas de Jaqueline evitou a virada. A parcial foi fechada em 25-22 com um ataque de meio de Thaísa.
No terceiro set, o Brasil diminuiu o ritmo. Com os sucessivos erros do time Zé Roberto resolveu mexer. Sassá, Adenízia e Fabíola entraram nos lugares de Natália, Thaísa e Dani Lins, respectivamente.
Mesmo assim, o time continuou nervoso, reclamando até da arbitragem. A seleção só melhorou no final da parcial, quando diminuiu uma desvantagem de quatro para um ponto. Entretanto, não teve fôlego para evitar nova vitória tcheca, desta vez por 25-23.
No quarto set, com Natália e Thaísa de volta ao time, o Brasil apresentou uma evolução. A seleção, agora comandada por Fabíola, liderou praticamente toda a parcial, apesar de alguns momentos de tensão. Sheilla fechou a parcial em 25-20.
O tie-break começou com um erro de passe de Fabi. A parcial seguiu equilibrada até a sua metade, mas jogadas inteligentes de Jaqueline e Sheilla deram a vantagem necessária para o Brasil fechar em 15-9, com um bloqueio triplo.
"Tivemos altos e baixos, mas o importante é que saímos com a vitória", reconheceu a oposto Sheilla, maior pontuadora da partida, com 27 bolas no chão. "Elas não tinham nada a perder, vieram como franco-atiradoras. Agora é chegar no hotel e conversar sobre os nossos erros para ver onde podemos melhorar", completou a líbero Fabi.
