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Biografia mais completa do Patoense Ernani Sátyro será lançada nesta terça (03)

03/12/2018 às 09:12

Será amanhã, às 18h, na Fundação Casa de José Américo, em João Pessoa, o lançamento do livro “Ernani Sátyro – Amigo Velho”, de autoria do acadêmico Flávio Sátiro Fernandes. Trata-se da mais completa das obras biográficas já editadas na Paraíba e versa sobre a trajetória de um homem público que foi deputado estadual, deputado federal, governador da Paraíba, ministro do Superior Tribunal Militar e dirigente partidário. São 700 páginas retratando um dos mais icônicos personagens dos meios culturais e políticos do Nordeste. É o primeiro volume de uma biografia que abrange o período de vida e a atuação de Ernani, desde a infância até a queda do governo João Goulart, em 1964.

Natural de Patos, filho de Capitulina e Miguel Sátyro, chefe político nas Espinharas, Ernani nasceu no dia 11 de setembro de 1911 e faleceu no dia 8 de maio de 1986 em Brasília, fulminado por um infarto no miocárdio. Na época, exercia o mandato de deputado federal e foi velado no Salão Negro do Congresso Nacional, por sugestão do deputado Ulysses Guimarães, eventualmente ocupando a presidência da República, já que o titular José Sarney achava-se no exterior. A guarda de honra do Congresso prestou-lhe significativa homenagem. Sepultado no cemitério de Brasília, teve os restos mortais transladados para Patos, mais precisamente para o mausoléu da família na Fundação que tem o seu nome, no dia 08 de maio de 1993.

Conhecido pela coerência e autenticidade de posições, Ernani foi indicado governador da Paraíba em 1971 pelo então presidente Emílio Garrastazu Médici, como coroamento de uma carreira brilhante. Ingressou jovem na política – tinha 23 anos quando se elegeu deputado estadual constituinte em 1934. Em 39 foi Chefe de Polícia e em 1940 prefeito de João Pessoa. Em 45, elegeu-se deputado federal, com reeleições consecutivas até ter sido nomeado ministro do STM em 69. Líder do governo e da Arena, na gestão de Costa e Silva, foi o primeiro presidente do Bloco Parlamentar Revolucionário. Fez parte da comissão incumbida de introduzir reformas no Código Civil Brasileiro e relator do projeto de anistia no governo de João Baptista Figueiredo.

Um dos fundadores da UDN, foi vice-líder, secretário-geral, líder e presidente nacional. Conciliando política com literatura, outra paixão sua, não abria mão da sua autoridade – era inflexível na cobrança aos auxiliares da administração e às vezes impaciente, mas também era emotivo ou sentimental. Presidiu o diretório acadêmico da Faculdade de Direito do Recife e se distinguiu pela inteligência privilegiada e correção impecável em todos os cargos que ocupou. Seu ex-secretário no governo e discípulo político de Ernani Sátyro, o ex-deputado Evaldo Gonçalves assim depôs sobre ele: “Ninguém teve tanta sensibilidade no trato com seus companheiros de partido e de lutas do que Ernani Sátyro. Nunca se envergonhou de ser político –sempreproclamou essa irresistível vocação. Corrupção e impunidade não tinham vez com ele. Os recursos públicos eram sagrados”.

 

 

Fonte: Os Guedes 

Imagem: Museu Fundação Ernani Sátyro 

 

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