“Vou para Patos, a morada do sol!” Discurso de Dom Eraldo em sua Ordenação Episcopal
Meus irmãos e minhas irmãs, diante deste acontecimento, é muito bom olhar e ver de perto tantos amigos e amigas que, mesmo sem ter a oportunidade para um pronunciamento, muito dizem com seus olhares e gestos afetuosos. Por isso, quero dizer muito obrigado a todos os que fizeram e fazem parte do meu itinerário vocacional desde o início até o momento presente. O caminho vocacional não se faz sozinho. Ouvimos aquela tão simples afirmação: “vou rezar por você”. E quanta gente reza pelos vocacionados, seminaristas, diáconos, padres, bispos, religiosos… É confortante saber que nunca estamos sozinhos.
Irmãos e irmãs, acolhi o chamado da Igreja para o ministério episcopal com a confiança no amor, na misericórdia e na bondade de Deus que nunca me deixou sozinho. Abracei esta missão com a certeza de que ele nunca me faltará. Contarei com a amizade, o carinho e a oração do povo desta querida Diocese de Barreiras, onde dediquei 27 anos de minha vida, sendo 07 anos como estudante e 20 como diácono e padre. Sei que poderia ter servido mais e melhor, mas, confio em Deus que fará brotar das pequenas e insignificantes coisas muitos frutos para o bem da Santa Igreja.
A Diocese de Barreiras foi uma verdadeira escola para mim e por isso lhe sou muito grato. Estarei sempre rezando por esta Igreja que me acolheu e me ensinou grandes lições para a minha vida sacerdotal. Contarei, daqui para frente, com uma nova escola, uma nova Igreja, que me acolherá com a grandeza daqueles que abrigam o sol – pois eu vou para Patos e lá é a morada do sol – e, com a lucidez da Stella Matutina – Nossa Senhora da Guia. Dessa forma só poderemos ser muito felizes. Com certeza o povo de Patos que aqui se encontra, voltando desta vinda a Barreiras, vai transportando também a mim, como seu Bispo Diocesano, e, com a mesma intensidade, vocês já ocupam o meu coração de pastor.
Estou consciente da graça que recebi hoje, embora não tenha um discurso com a eloquência e a oratória suficiente para descrevê-la. Recebi a graça de santificar, ensinar e cuidar do rebanho. Sei também que devo viver a solicitude e a solidariedade para com meus irmãos no episcopado nas diversas situações não raramente complexas. Tudo quero realizar com uma clara compreensão de que o Serviço é a principal norma que nos é posta por Aquele que, sendo Deus, não se apegou à sua condição, mas, se esvaziou e se entregou à morte e morte de cruz. Falo de Jesus que se identificou como Senhor quando lavou os pés dos seus apóstolos. Falo daquele que “veio para servir e não para ser servido e para dar a vida em resgate de muitos”, daquele que dá sua vida pelas ovelhas.
No entendimento do querido povo, na sua simplicidade, ser bispo é uma verdadeira promoção na vida do padre. Eu também considero algo importante no sentido de que o bispo deve ser um servo de Deus e de todos. Quando escolhi como lema episcopal: “Apascenta as minhas ovelhas”, pensei nas diversas situações que poderei encontrar ao longo do meu ministério e que exigirão de mim um cuidado atento para que as ovelhas tenham mais vida, mais dignidade. Sei que muitas vezes encontrarei ovelhas atravessando os perigos do vale da aridez, machucadas, feridas, desoladas, tristes e, ali, poderei compreender o que significa ser bispo. Por outro lado, quanta alegria me espera, quantas pessoas generosas, quantos sacerdotes, religiosos e diáconos dedicados, quantas religiosas fiéis à missão, quantos jovens dispostos, quantas famílias santas, quantas possibilidades… Assim poderei sentir a alegria de ser bispo.
Tenho a firme convicção de que não me faltará a consolação daquele que se faz hóspede da alma, enchendo a minha vida e a vida do meu rebanho de alegria e de paz.
Concluo com um pedido: rezem por mim e pela minha nova missão na Diocese de Patos, sob o manto da Santíssima Virgem, Nossa Senhora da Guia.
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Deus seja louvado! Muito obrigado a todos!
Dom Eraldo Bispo da Silva - Bispo Eleito de Patos