"Essa mídia executa apenas a função de eleger os partidos que já estão, ou estiveram no poder"

A disputa eleitoral está ficando cada vez mais acirrada e os pré-candidatos estão aparecndo cada vez mais na mídia paraibana, porém, a visibilidade dos pretendentes ao Governo do Estado é restrita aos considerados "maiores", ou seja, com maior densidade eleitoral, a exemplo do pré-candidato socialista Ricardo Coutinho (PSB) e do governador peemedebista, José Maranhão.

Com isso, a situação não vem agradando os partidos menores que ficam de fora do acesso à mídia. É o caso da pré-candidadata ao Governo do Estado pelo Partido da Causa Operária (PCO), Lurdes Sarmento, que considera a pouca presença dos partidos pequenos nos meios de comunicação como uma estratégia da "mídia hegemônica para eleger os candidatos de direita a fim de fortalecer seus próprios interesses".

"Essa mídia que está aí, que trabalha diretamente no sentido do controle social, executa apenas a função de eleger os partidos que já estão, ou estiveram no poder", dispara a pré-candidata.

Lourdes criticou ainda que a "pouca importância" dada a pluralidade política se torna evidente também em outras instâncias sociais como é o caso, segundo ela, da própria justiça brasileira. "Aqui na Paraíba a situação da comunicação é tão antidemocrática, que os partidos pequenos, que eu considero revolucionários, precisam recorrer a justiça para poder participar de debates públicos veiculados na grande mídia", disse acrescentando que "isso só demonstra como a comunicação, assim como a justiça, estão aliadas aos interesses de governo", destacou.

Para Lourdes, o que os partidos pequenos devem fazer nesse contexto de "restrição da expressão da esquerda", é criar seus próprios métodos de divulgação do programa de governo para a campanha eleitoral. "O PCO continua divulgando as propostas e ideologias partidárias por meio do nosso Jornal Político, boletins semanais como forma, inclusive, de exercer uma contraposição a grande imprensa", frisou.

O pensamento de Lourdes Sarmento é o mesmo do pré-candidato ao Governo da Paraíba pelo PSOL, Nelson Júnior, que afirmou que os partidos considerados pequenos saem prejudicados porque, segundo ele, não têm acesso aos veículos de comunicação. "Sofremos esse tipo de discriminação porque acaba reproduzindo apenas os interesses daqueles que a mantém", disse acrescentando que a mídia no Estado também se comporta dessa forma. "A grande mídia aqui, infelizmente, depende dos governos para se sustentar", disse.

Na ocasião, Nelson Júnior se queixou também da falta de divulgação dos pequenos partidos nas pesquisas de intenção de voto. "Até nas pesquisas eleitorais as legendas pequenas ficam de fora. Várias pesquisas já foram divulgadas, e em nenhuma delas os nossos pré-candidatos aparecem", finalizou.

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