Protomártires do Brasil serão canonizados neste domingo pelo papa Francisco, na Basílica de São Pedro
O Arcebispo Metropolitano de Natal, dom Jaime Vieira Rocha, já está em Roma, para a canonização dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, atual território da Arquidiocese de Natal (RN). Na cerimônia deste domingo (15), na Basílica de São Pedro, o papa Francisco vai canonizar os padres Ambrósio Francisco Ferro e André Soveral, o leigo Mateus Moreira e mais 27 companheiros que foram martirizados, no século XVII, por civis e soldados holandeses.
Os protomártires do Brasil foram os primeiros cristãos católicos assassinados em razão de sua fé no país. A canonização dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu é o coroamento de um longo processo histórico, religioso e cultural que teve início na década de 1970. Essa canonização é o mais importante fato histórico e religioso das primeiras décadas do século XXI no Rio Grande do Norte.
Segundo a Arquidiocese de Natal, mais de 400 potiguares estão em Roma para participar da celebração no domingo. Além disso, serão realizadas outras duas celebrações em Roma. No sábado (14), serão celebradas as Vésperas Solenes na capela do Pontifício Colégio Pio Brasileiro e no dia 16, no altar da Cátedra de São Pedro, na Basílica Vaticana, será celebrada missa em ação de graças, presidida pelo arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Cardeal Dom Sérgio da Rocha.
Os padres André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro, Mateus Moreira e 27 companheiros leigos foram beatificados pelo Papa João Paulo II, no dia 5 de março de 2000, na Praça de São Pedro. Agora, serão os primeiros santos mártires do Brasil.
A festa litúrgica dos protomártires do Brasil é celebrada pela Igreja, no dia 3 de outubro, data do martírio, em Uruaçu. Desde 2007, então, o dia 3 de outubro tornou-se feriado, no estado do Rio Grande do Norte.
História
Em 16 de julho de 1645, o padre André de Soveral e outros 70 fiéis foram cruelmente mortos por 200 soldados holandeses e índios potiguares. Os fiéis estavam participando da missa dominical, na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú – no município de Canguaretama (RN).
Em 3 de outubro de 1645, três meses depois, houve o massacre de Uruaçú. Padre Ambrósio Francisco Ferro foi torturado e o camponês Mateus Moreira, morto. Os invasores calvinistas não admitiam a prática da religião católica. No local do massacre foi erguido o ‘Monumento dos Mártires’.
“Esses mártires, para a nossa Igreja e o Brasil, são uma mensagem perene de convicção de vivência da fé, e sobretudo num mundo tão adverso onde a secularização vai grassando todas as instâncias da sociedade sobretudo a vida humana, é um momento em que nós nos voltamos para valores mais altos, é uma mensagem muito eloquente de valores mais altos, valores eternos, o sangue derramado pelo nome de Cristo, pela Igreja e para a glória de Deus, então é uma benção muito grande para todos nós”, declarou o arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha.
Patrono dos Ministros
Em 2005, durante a 43ª Assembléia Geral dos Bispos do Brasil, realizada em Itaici (SP), os bispos aprovaram o Bem aventurado Mateus Moreira como “Patrono dos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística”. Em dezembro do mesmo ano, a CNBB comunicou que a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, da Santa Sé, havia aprovado o nome do Beato como patrono dos Ministros.
Fonte: CNBB