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Edvaldo de Jesus: mais uma história de abandono pelas ruas de Patos

01/10/2018 às 08:10

Aquele olhar vazio virou marca de Edvaldo de Jesus dos Santos, 21 anos. Nesta sexta-feira, dia 28, ele estava sentado na calçada do Cemitério São Miguel, Bairro Belo Horizonte, em Patos. O jovem com distúrbios mentais é morador de rua e o Bairro Belo Horizonte tem sido seu lugar de referência.  

Sujo, maltrapilho, comendo uma quentinha e com diálogo confuso, Edvaldo foi perguntado sobre higiene pessoal. Disse que toma banho na rua, mas as manchas na pele mostram que esse banho deixa dúvidas quanto a periodicidade. Houve boatos que Edvaldo podia estar acometido da mesma moléstia que levou a amputação do pênis de Adriano Teixeira Lima, que foi batizado carinhosamente por João de Deus. Ele nega tal enfermidade.

Uma ação judicial para que Edvaldo de Jesus receba o tratamento adequado para se recuperar foi ajuizado pelo advogado Corsino Peixoto, que fez parte da Comissão de Direitos Humanos da OAB/Seccional Patos, porém, ainda sem resultado. Edvaldo de Jesus está em alto grau de vulnerabilidade social e com o agravante de ser indigente e sem parentes na cidade de Patos.

Edvaldo tem enfrentado o calor causticante que chega com tudo no mês de setembro e se estende até janeiro. A pele negra agora está mais escura que nunca. A dormida também não oferece conforto ao jovem. Ele se reveza de lugar entre a calçada do Estádio Municipal José Cavalcante e a calçada do Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF). O lençol sujo tem sido se companheiro de noites mal dormidas e intranquilas.

A Secretaria de Desenvolvimento Humano do Município de Patos é o órgão que fornece a alimentação de Edvaldo de Jesus. Para que o jovem possa receber cuidados mais específicos e que o ajudem a superar o transtorno que ainda é sutil, seria necessária a intervenção judicial que ainda não aconteceu.

Provando que a sociedade e os seus órgãos públicos podem fazer mais que lamentar a situação, o exemplo mais próximo é o do outro homem negro que perambulava pelas ruas de Patos. Bastou uma posição firme sobre a situação de Adriano Teixeira Lima “João de Deus”, que os resultados positivos vieram. Aquele que se comunicava pouco, que estava arredio e que demonstrava grau maior de distúrbios mentais, agora está quase que irreconhecível e pode tentar recomeçar uma nova vida.

 

 

Por Jozivan Antero – Patosonline.com

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