LUTO: Morre em João Pessoa Padre Cajazeirense
Faleceu na tarde dessa sexta-feira (28), o padre cajazeirense, João Cartaxo Andriola. O pároco foi vítima de uma parada cardíaca enquanto se dirigia a um posto do Programa de Saúde da Família (PSF) do bairro Altiplano, onde teria uma consulta marcada com o dentista. Ele chegou a ser socorrido pela equipe médica do PSF, mas faleceu no local. João Andriola, tinha 76 anos e era natural de Cajazeiras. Suas missas de cura e libertação, realizadas no primeiro dia de cada mês, chegavam a receber cerca de 3 mil fiéis. O religioso foi fundador da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro do bairro Altiplano, na capital.
Segundo Eliane Henrique, secretária da Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, o padre João Andriola era hipertenso e diabético, mas não apresentava sinais de mal-estar nos últimos dias. “O padre João Andriola contribuiu muito para o bairro do Altiplano, foi ele quem construiu nossa igreja em 2006. Esta é uma grande perda para a comunidade católica de João Pessoa”, lamenta Eliane.
O padre João Andriola foi velado durante a noite desta sexta na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no bairro do Altiplano. Uma missa de corpo presente foi presidida pelo Arcebispo da Paraíba Dom Aldo Pagotto na manhã deste sábado (29). Após a missa, o corpo do padre foi levado ao Cemitério Parque das Acácias, onde foi sepultado.
Confira a história do padre João Cartaxo Andriola
O Sacerdote João Andriola
Nascido em Cajazeiras, terra do padre Rolim, a 23 de novembro de 1934, João Cartaxo Andriola, tinha76 anos, e era filho de Fancisco Ferreira Andriola e Ana Otília Cartaxo Andriola.
Fez o Curso primário, no Grupo Escolar Monsenhor Milanez, em Cajazerias; os cursos Ginasial e Colegial no Seminário Arquidiocesano da Paraíba, em João Pessoa. Também fez os cursos de Filosofia e Teologia no Seminário Arquidiocesano da Paraíba, à época em que foram reitores Dom Manuel Pereira da Costa e Dom Luís Gonzaga Fernandes.
Padre João, como ele era mais conhecido, ordenou-se sacerdote em 12 de janeiro de 1964, por Dom Zacarias Rolim de Moura, na Catedral Nossa Senhora da Piedade, em Cajazeiras, tendo completado este ano 47 anos de sacerdócio. Foi designado vigário da cidade de Santa Cruz, na Paraíba. Ali, onde fundou o ginásio Comercial Paulo VI, primeiro e único do município, de cujo educandário foi o primeiro diretor.
Mais tarde, desenvolveu gestões, com sucesso, para aquisição de prédio próprio do aludido estabelecimento de ensino. Naquela cidade, fundou, também, um ambulatório e uma maternidade, ainda em pleno funcionamento; idealizou e fundou, ali, o Centro Paroquial.
Depois foi, interinamente, vigário da cidade de Jericó, no período de 1968/69, em substituição ao sacerdote espanhol, Padre Jerônimo, que teve de viajar a sua terra natal. Naquela cidade, deu continuidade à construção do Ginásio Comercial Nossa Senhora dos Remédios.
No período de 1969/72, foi vigário na cidade de Ibiara, Sertão paraibano. Ali fundou o Ginásio Comercial Pe. Manoel Otaviano, do qual, também foi o primeiro diretor. Fundou a Maternidade e o Ambulatório São Vicente de Paula, transformado em Hospital; fundou o Centro Educativo Professora Edvierges Arruda, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais e a Sociedade São Vicente de Paula, entidade que tem por objetivo ajudar a pessoas carentes; fundou, ainda, a Biblioteca Municipal, além do Clube de Jovens de Ibiara.
Ao ensejo da seca de 1970, prestou assistência aos flagelados desse e de outro municípios vizinhos, conseguindo frente de trabalho, através da Sudene; roupas e alimentos através da Cáritas Diocesana.
Posteriormente, na cidade de Santana de Mangueira, construiu uma gruta, em homenagem a Nossa Senhora, cujo projeto arquitetônico foi uma miniatura da Catedral de Brasília. Com a ajuda do município, logo começou a construir casas residenciais, expandindo a pequena cidade e fundando, ali, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
Padre João Andriola foi agente de Mobilização (Relações Públicas) do Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização), no Estado da Paraíba, entre 1972/80, a convite do então presidente do Mobral/PB, Juarez César de Carvalho. Por essa razão, foi transferido para João Pessoa. Durante esse tempo foi vigário cooperador da Catedral de Nossa Senhora das Neves e Capelão das Igrejas Nossa Senhora das Mercês, Nossa Senhora do Carmo e Nossa Senhora da Penha.
Em 1980, transferiu-se para o Bairro do altiplano Cabo Branco, em João Pessoa. Deixou suas funções no Mobral e, a pedido de vários moradores do conjunto, passou a dedicar-se, exclusivamente, à construção da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, hoje Paróquia da Arquidiocesana da Paraíba.
Atualmente era vigário auxiliar da Paróquia, para onde chegou a mobilizar mais de três mil pessoas para a tradicional Missa de Cura, que acontece todos os primeiros sábados de cada mês, às 15h.
DIÁRIO DO SERTÃO com informações do Jornal O Norte e Wscom