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Esportes

MP ataca FPF e mantém Almeidão interditado

29/07/2010 às 01:07

O promotor do Cidadão do Ministério Público da Paraíba, Valberto Lira, perdeu mesmo a paciência com a Federação Paraibana de Futebol. E garante que se até quinta-feira (13) a entidade não enviar o laudo técnico de engenharia liberando o Estádio Almeidão, a partida decisiva entre Botafogo e Sousa (válida pela última rodada do quadrangular final do Paraibano 2010) não poderá ser realizado no local.

As declarações de Valberto foram dadas durante entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (10), em que o promotor foi taxativo ao dizer que a culpa de tudo isto é “exclusiva” da FPF. De acordo com ele, a entidade tenta de forma “irresponsável” transferir a culpa pelo problema para a Superintendência de Planejamento (Suplan) do Governo da Paraíba, apesar do Estatuto do Torcedor ser bem claro ao dizer que esta é uma obrigação da entidade responsável pela organização da competição.

Ele disse que desde o ano passado vem cobrando os laudos da FPF e que mesmo assim a entidade desrespeitou todos os prazos. “Enviei três comunicados oficiais. E fora isto tive várias conversas extra-oficiais em que alertei para o problema. E nada. O que eles pensavam? Que o Ministério Público nunca tomaria uma decisão mais drástica?”, questiona.

Valberto Lira explica ainda que desde 17 de julho de 2009 existe uma portaria alertando para os prazos de entrega dos laudos, e que inicialmente a data limite era 19 de fevereiro deste ano. Nas vésperas do prazo, contudo, uma portaria do Ministério dos Esportes ampliou para 23 de abril o limite de entrega destes documentos.

“Um a um estes prazos foram desrespeitados e até agora não recebi um laudo decente. O único que me foi entregue, inclusive, foi na verdade um 'rabisco', um 'arremedo', um 'rascunho mal feito' que não atende ao padrão exigido por lei”, dispara. “Sem um laudo dentro dos padrões e produzido por engenheiro devidamente habilitado pelo CREA, não existe jogo no Almeidão”, resume.

Citando dirigentes botafoguenses como Sérgio Meira (diretor de futebol) e Zezinho do Botafogo (que atualmente não ocupa nenhum cargo oficialmente), Valberto Lira criticou também o que ele chama de “falta de conhecimento jurídico” do Botafogo, que ainda de acordo com o promotor insiste em culpar o MP pela proibição.

Sobre um possível “plano b”, Valberto diz que o Estádio da Graça teria sim condições de sediar a partida, desde que fossem entregues os laudos da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da Agevisa. O laudo de engenharia já foi entregue.

“No caso da Graça, os laudos que faltam ser entregues são mais simples de serem produzidos”, destaca, mesmo ponderando que se houver vontade política ainda existe tempo hábil para o laudo do Almeidão ser feito.

Contraponto – Por meio de nota, a FPF disse que o impasse para liberação do Estádio Almeidão pode ser resolvido na quarta-feira (12) pela manhã, quando acontece uma reunião entre o presidente da Suplan, Raimundo Frade, o engenheiro responsável pelo primeiro laudo e o promotor Valberto Lira.

Já o diretor técnico da entidade, Douglas Gomes, preferiu insistir em culpar o Governo da Paraíba. “A culpa é de quem fez o laudo errado ou pelo menos de quem deixou de fazê-lo. A obrigação da FPF é a de entregar o laudo ao Ministério Público e não de produzi-lo”, conclui.

Nota do blog – O Estatuto do Torcedor é claro ao responsabilizar a entidade organizadora da competição. A Federação é culpada, portanto.

Assim como indiretamente a culpa recai ao Botafogo, que como maior interessado não provocou a entidade organizadora da competição e meio que deixou o caso correr à revelia.

Mas como na Paraíba quase tudo funciona sob pressão, é bem provável que o laudo finalmente saia na quinta! E o jogo, claro, seja liberado.

 

Phelipe Caldas
Paraíba 1

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