O governador da Paraíba, José Maranhão (PMDB) comentou algumas de suas estratégias para o segundo turno e avaliou o resultado das urnas de 3 de outubro ontem à noite em uma entrevista concedida ao programa Bastidores, apresentado pelo Padre Albeni Galdino na TV Master.

Uma das ações a serem intensificadas será a agenda e a mobilização da militância nas grandes cidades da Paraíba, onde o PMDB perdeu para o PSB. Ao ser questionado sobre o que teria acontecido para que a eleição fosse para o segundo turno quando as pesquisas apontavam uma maioria para ele, Maranhão declarou:

- Essa é uma pergunta que eu gostaria de fazer, afinal de contas, eu não tenho bola de cristal. Todas as pesquisas diziam que a eleição seria decidida em primeiro turno e eu não tinha razão para não acreditar. Eu tenho a impressão que 270 mil votos nulos podem ter sido responsáveis por esse resultado, mas isso é apenas uma suposição. Nós estamos preparados para ganhar a eleição.

O peemedebista citou os dados do Ibope, contratado na Paraíba pelas TVs Cabo Branco e Paraíba, cuja boca de urna apontava sua vitória e aproveitou para dizer que não tinha proximidade com o grupo contratante:

- A pesquisa da Globo dava vitória no primeiro turno. A boca de urna da Globo foi publicada no Jornal Nacional e nós não temos nenhuma proximidade com as pesquisas da Globo. Ao contrário, nós estamos um pouco distantes. Não quero analisar aqui, mas o certo é que nós estamos distantes desse povo.

Com uma derrota significativa em Campina Grande (64,22% a 33,94%), cidade administrada pelo peemedebista Veneziano Vital do Rêgo, o governador admitiu que teria sido melhor para sua chapa ter um vice da Rainha da Borborema, mas alegou que não teria sido um erro seu, mas resultado da recusa de Veneziano e do irmão Vital Filho:

- Não foi um erro. Eu tentei colocar Veneziano ou Vitalzinho, que dariam mais consistência à chapa. Ambos não aceitaram porque tinham outros projetos.

Ainda sobre sua preocupação com Campina Grande, Maranhão deixou claro que delegou ao prefeito campinense reverter esse placar.

Uma atitude questionada no primeiro turno por seus adversários, a de não ir aos debates, já foi revista na segunda etapa da campanha:

- Eu vou ao debate agora porque ele vai ter mais equilíbrio. Antes, eram cinco contra um. Eu não sou tão ingênuo assim para aceitar um jogo de cartas marcadas.

Chororô - Maranhão brincou ao ser perguntado pelo Padre se iria jogar na Mega Sena acumulada e disse que sim, porque estava precisando de dinheiro para gastar na campanha. Ao mesmo tempo, ele comentou a queixa do candidato a deputado federal e colunista social Abelardo Jurema de que teria sido muito complicado conseguir material de campanha doado pela Coligação Paraíba Unida.

- Tínhamos pouquíssimo dinheiro. O dinheiro rolou por aí, mas não foi na minha campanha. Minha campanha foi modesta. Quando Abelardo Jurema chega a reclamar de que tinha dificuldades de conseguir uma bandeira é porque as coisas não estavam tão frouxas como estavam do outro lado.

Maranhão negou a especulação de que Cícero Lucena, presidente do PSDB da Paraíba, iria coordenar sua campanha em João Pessoa:

- Não existe isso. Cícero Lucena, grande parte de seus amigos, sobretudo, está me apoiando. Mas, não existe nada formalmente. Até porque nós sabemos que Cícero não tem o comando formal do partido, que é de Cássio. Foi por isso que Cícero foi frustrado na intenção de disputar o Governo do Estado, mesmo sendo uma pessoa altamente qualificada. O que dizer do próprio Cícero, de sua família e seus amigos, que viram Cícero ser preterido pelo seu maior adversário em João Pessoa? Esperar que ele não reagisse, que não tivesse uma atitude que revelasse sua inconformidade com esse fato? Isso não era de se esperar.

"Eu vou ao debate agora porque ele vai ter mais equilíbrio. Antes, eram 5 contra 1. Eu não sou tão ingênuo para aceitar um jogo de cartas marcadas".

Fonte: ParlamentoPB